terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Ouvidos de mercador

Coluna do jornalista Helder Moura do Jornal Correio da Paraíba:
Mesmo com o notório e pungente esforço para mudar a imagem perante os paraibanos, o governador Cássio Cunha Lima deu calado como resposta à epístola do Padre Djacy Brasileiro, publicada pela Coluna, na qual pedia explicações pela paralisação das obras da adutora de Santa Cruz.
A cidade de Santa Cruz vem experimentando, nos últimos anos, uma verdadeira via crucis. Enquanto falta a água para os seus habitantes, sobram promessas para a construção de uma adutora, cujas obras se arrastam por falta de vontade política, já que dinheiro, certamente, não é problema.
Há dinheiro em caixa. Segundo o secretário Milton Soares (Receita), a Paraíba “nunca arrecadou tanto, como em dezembro de 2006”. Mesmo assim, o Governo optou pela paralisação de obras importantes como essa adutora que irá socorrer alguns milhares de paraibanos que morrem de sede.
Por isto, soou estranho quando o governador Cássio, ontem, em audiência com a ministra Dilma Roussef, disse que a Paraíba era discriminada pelo Governo Federal e precisava ser recompensada. A Paraíba sempre foi discriminada, sim, basta cotejar o que patrocinou o imperador FHC.
Num período tucano de oito anos, enquanto Estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará e Bahia receberam grandes investimentos, sobretudo em obras estruturantes, a Paraíba amargou pesada discriminação, principalmente pela ação de tucanos da Paraíba, no final do reinado de FHC.
Mas, voltando a Santa Cruz, e o exemplo pra ser bom deve começar em casa, e é absolutamente inaceitável a discriminação como o Governo trata uma população pobre e sofrida como aquela. A impressão, Padre Djacy, é que o senhor vai ter de invocar ajuda divina, porque a terrestre faz ouvidos de mercador.
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