sábado, 27 de maio de 2006

PROFESSOR TOINHO FALA SOBRE O GOVERNO O PT, A RELAÇÃO COM O EX-PREFEITO E DEMISSÃO DE PROFESSORES

BLOGDOMARCO - E o Governo do PT em Teixeira? O que deu errado? Em relação ao ex-prefeito Elenildo Queiroz, como você o avalia?
ANTONIO FRAGÔSO - Em primeiro lugar criou-se uma expectativa muito grande em torno da administração Petista em nossa cidade. Também não se pode negar que a campanha da oposição em 2000 foi muito próxima do povo. O povo participou diretamente e o acesso ao candidato era contínuo e sem qualquer obstáculo. Com a eleição houve um certo distanciamento do prefeito em relação à população ocasionando muitas frustrações, pois muita gente pensava que isso não iria acontecer. Não podemos deixar de reconhecer que o município também não se encontrava em boa situação. Não contou com o apoio do Governo do Estado. Foi um governo muito cobrado. O governo também se fez acompanhar de oportunistas que bajulavam em demasia e camuflavam os problemas da cidade dizendo que tudo estava as mil maravilhas e que o povo estava satisfeito. Mas, apesar disso, no seu governo podemos observar alguns avanços tais como: maior participação dos agricultores nas decisões das políticas agrícolas, a contemplação da Escola Ideal, a construção de várias cisternas na zona rural, maior valorização das associações rurais, pagamento em dia até o último ano de governo, aquisição de veículos e tratores para o município, conquista da obra de saneamento básico, entre outras. Com a posse do novo Governo os vereadores da bancada de situação, que constituem dois terços de seus membros, aprovaram duas CPI’s para apurar possíveis irregularidades cometidas na gestão do ex-prefeito. O prefeito acusa as CPI’s de perseguição política, cabendo a nós aguardarmos o pronunciamento final da Justiça.
BLOGDOMARCO - Você foi um dos defensores da permanência no serviço público dos funcionários que integram o quadro suplementar? Isso lhe rendeu desconforto e descontentamento de alguns membros do Governo. O que você acha que motivou o ex-prefeito Elenildo Queiroz a demitir os integrantes deste quadro e depois rever sua decisão?
ANTONIO FRAGÔSO - Havia pessoas no governo que defendiam a demissão dos funcionários e estas pessoas, provavelmente, tiveram influência na primeira decisão tomada pelo ex-prefeito Elenildo. Eu sempre tive uma posição contrária em relação a saída destas pessoas do quadro suplementar. Entendia, e ainda penso dessa forma, que o Partido dos Trabalhadores nasceu e cresceu na defesa dos trabalhadores e por isso, toda e qualquer atitude sua só poderia ser no sentido de beneficiá-los. No primeiro momento, apesar de diversas tentativas, o grupo do qual eu fazia parte não foi suficientemente forte para demover a decisão “equivocada” da maioria dos integrantes do governo. Posteriormente a Justiça determinou a reintegração ao cargo das pessoas demitidas pelo fato de não ter sido aberto um processo administrativo. Apesar disso, a assessoria jurídica da Prefeitura assegurava, com convicção, que agira dentro da lei e não tinha qualquer dúvida que bastaria um recurso para anular a decisão tomada pela Justiça em primeira instancia, de reintegração de posse dos demitidos. Foi quando eu, juntamente com outros companheiros fizemos uma reunião demorada com o ex-prefeito na qual apresentamos uma série de argumentações que serviram para convencê-lo de que a atitude do governo em relação aos membros do quadro suplementar estava equivocada. E o Prefeito, mesmo sabendo que aqueles funcionários iriam fazer campanha contra a sua candidatura, teve a hombridade de rever a sua posição contrariando muitos dos seus aliados, que desejavam a saída daqueles funcionários. É claro que, depois desse episódio, alguns membros do governo nos passaram a olhar atravessado, mas não nos abalamos com isso, estávamos agindo com coerência, defendendo os trabalhadores.
Daqui a pouco teremos novas postagens da entrevista com o Professor Toinho.

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