segunda-feira, 5 de junho de 2006

UMA POESIA

Esta poesia que estou postando agora está no mural de recados do site www.teixeira.pb.com.br . É de autoria de Reginaldo Nunes, vulgo Doka de Dona Litinha. Boa leitura.

Escola Estadual de 1.º e 2.º Graus “Sebastião Guedes da Silva”Teixeira-PB, a professora pediu o seguinte:
- Estabeleça um diálogo entre o quadro negro e o giz.
Eis a resposta do poeta:
Na linguagem do material escolar disse o GIZ:

Seu quadro, eu sou o mais importante,
Nessa dura jornada,
Eu faço a letra, faço o ponto,
consumo cada palavra.
Tu sem mim serás apenas
uma parede pintada.

QUADRO: E eu dou realce às letras
com esse meu verde terno,
De que valerias tu,
Para escrever num caderno?

GIZ: Sou eu o mais importante
Passando de mão em mão,
Sacrifico meu corpinho
Pra dar educação.

QUADRO: Do mestre, não guardo mágoa
Que me esfrega com a mão,
Confesso apenas não gosto.
Do safado do borrão
Destrói o que construí
Às vezes sem ter razão.

GIZ:E quando o mestre erra
Apenas só um pouquinho
Prá conserto eu sacrifico
Do meu corpo um pouquinho.

QUADRO: Com esse meu verde terno
Recebo adulto e pirralho,
Quando chegam com alegria
Na mais tremenda algazarra.
Quando vão, sou eu que fico
Numa sala bem solitária.
Eles vão e vocês ficam
Na mais tremenda alegria,
Numa caixinha brincando
Ali na secretaria.

GIZ: Como é grande meu amigo
Como é grande seu engano
Como haveria a gente
de ficar depois brincando
Pois há somente motivo
de ficar se lamentando
De ver o colega nosso
Num toquinho se acabando.

QUADRO: Ora deixe de besteira,
deixe de lamentação
Seja sempre como eu
Com o brilho de um campeão
Tenho a cor da esperança
Fortaleza em abundância
Eu sou uma imensidão
Eu sou a tela do ensino
O caminho do saber
Na vida faço o destino
Do homem que quer vencer.

GIZ: Se é por ter a cor da esperança
Que tu te orgulhas mais
De que vale uma esperança
Sem o brilho da PAZ?

QUADRO: Reconheça, seja esperto
Seja um pouco mais astuto,
A fabricação de vocês é grande
Tem sempre um substituto
E a mim ninguém sucede
Eu sou mesmo absoluto.

GIZ: Na escola do modernismo,
Eu sou um pioneiro
Precisam muitas pessoas
Pra mim fazer por inteiro
Pra te fazer só precisa
De alguns trocinhos e um pedreiro.

SEGUIAM OS DOIS NA PELEJA
Naquele diz e não diz
E na disputa de ambos
Não quero ser o juiz
Porém minha consciência acusa
Porém minha consciência diz
Que o GIZ precisa do QUADRO
E o QUADRO precisa do GIZ.

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