domingo, 4 de fevereiro de 2007

AGÊNCIA DOS CORREIOS É ASSALTADA EM TEIXEIRA

A semana passada a Agência dos Correios do município de Teixeira foi assaltada. Dois rapazes não identificados renderam os funcionários na Agência, por volta das 9 horas da manhã e levaram uma quantia em dinheiro não divulgada pelas autoridas.
A Polícia Militar fez buscas pela zona rurla durante todo o dia e conseguiu resgartar cerca de R$ 1.000,00 (mil reais) e apreender a moto usada para o assalto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Histórias de infância
Depois de muitos anos, me vem à recordação dos velhos tempos de Teixeira. Tempos bons, invernadas bonitas, terra verde cheiro de chuva, gente alegre indo e vindo, cidade pequena, alegre e clima saboroso. Aos domingos junto com os amigos a missa era um programa certo. Pegar passarinho, casar, pescar e tomar banho de açude fazia parte das aventuras de criança. O parque de Zé de quinquin, onde nos deleitávamos, com a onda, o carrossel, as canoas, tudo movido à tração, humana. Zé Vieira tocando violão, e não me lembro bem quem tocava pandeiro e triangulo sei que era uma maravilha. As barracas vendendo beira seca, tapiocas, em geral comidas típicas. As brincadeiras com os amigos, garrafão, barra bandeira, peão, bola de gude que lá era chamada de bila, futebol de poeira como costumávamos chamar. O grupo escolar: como era bom! Dona Menininha, Sebastião, as professoras era tudo tão bonito que parecia um sonho. As festas da padroeira, bem organizadas era palco de disputa saudáveis entre os participantes, como: motoristas, comerciante e etc. O pavilhão armado onde desfilavam as moças bonitas do Teixeira é porque Teixeira sempre foi terra de mulher bonita. E o carnaval, Teixeira naquele tempo tinha carnaval e dos bons, tinha o corso todos fantasiados, lança perfume, confeto, serpentina era um verdadeiro reinado de momo. As crianças respeitavam os adultos, o tratamento era Senhor (a), pedia-se a benção ao padre, beber nem se falava disso, namorar só depois dos 18 anos, era uma vida cheia de coisas bonitas. A solidariedade ainda fazia parte dos costumes de nosso povo. Se morresse uma pessoa conhecida, todos respeitavam o sofrimento da família, mesmo que tivesse festa marcada era cancelada a programação, coisa de cidade pequena onde todos se conhecem. Havia querelas, brigas de famílias por causa de terras, ou por bebedeiras coisa banais; A violência não fazia parte do nosso cotidiano podia-se dormir de portas abertas era uma tranqüilidade. O respeito era tanto que até os doidos de Teixeira as pessoas não os importunavam. Lembro-me de Serafim doido, com sua lata debaixo do braço, velho, mas de feições fortes, moreno barba branca, pele limpa, mas com aspecto de um eremita, nunca se soube de onde veio, de que família era, morava nas locas de pedras e talvez de lá contemplasse Teixeira, projetando seu futuro. Com seu jeitão de ausente do mundo, pouco falava, vinha a cidade de vez enquanto talvez para pedir mantimentos, a única coisa que nós dizíamos com ele era: Serafim, da o pulo do urubu. E ele pulava imitando a ave da limpeza. Teve até em um programa de televisão, não sei qual e que o levou, morreu na maternidade com mais de 100 anos. Todas essas coisas quando me vem à memória e olho os dias de hoje, sinto uma tristeza muito grande, não que nossa cidade tenha ficado ruim, mas é que os costumes, não só de Teixeira mudaram, mas o do mundo. Foram mudando os valores e hoje tudo é permitido. O que vemos nem de longe lembra aquele tempo onde o respeito ao próximo, a dignidade representava o maior exemplo de nossa sociedade. As políticas acirradas era quase, uma questão familiar, e nisso não mudou a nossa terra. As pessoas fazem política como se estivessem defendendo um burgo. Nossa cidade vai se arrastando resistindo ao tempo. Quando olhamos hoje a juventude se embriagando, se prostituindo, se drogando, vivendo irresponsavelmente, sentimos profunda tristeza. E o pior é que a sociedade está inerte, sem reagir a nada. Nossos políticos estão mais interessados em fazerem fortunas e não dão a menor importância ao que está acontecendo na nossa terra. Não sou nenhum visionário, mas o futuro de nosso povo a continuar como vai é tenebroso. Não sei se lá de onde o velho Serafim observava nossa terra, já sabia o futuro que a esperava, a julgar pelo seu silencio absoluto, da para pensar que era a velha sabedoria, que o fazia calar e observar o mundo como os olhos de Deus, que respeita o livre arbítrio de cada um e espera o momento certo para redimir os pecados. Dado a distância da infância querida, resta-nos a vontade de lutar para fazer o mundo menos desigual e uma Teixeira livre das mazelas da vida.